sábado, 26 de dezembro de 2009

Abilio Diniz

Muito a mídia tem apresentado sobre a "maravilhosa e arrojada" aquisição de Abílio Diniz, fazendo uma composição com as Casas Bahia e tornando-se o número um do Brasil. Dizem que agora ele poderá, ou o Brasil poderá, competir neste setor com as empresas multinacionais de outros países. Eu, pessoalmente, não vejo nenhum benefício nesta nova aquisição, ao menos para o meu bolso, ou para o bolso dos brasileiros, senão vejamos: o sr. Abílio Diniz tem sido hábil em destruir pequenos comerciantes de seu setor para compor a grande rede de supermercados que já possue. A cada nova aquisição que foi fazendo foi aumentando o seu poder de compra com os fornecedores de produtos para as suas lojas. Apesar deste grande poder de fogo, as suas lojas são as mais caras de todas - citemos o caso dos supermercados Sonda e façamos a comparação de preços e da qualidade dos produtos, principalmente no que diz respeito às frutas e legumes. Os preços dos supermercados do sr. Diniz são bem mais caros e suas frutas são verdes. Não vejo nenhuma vantagem que tenha conquistado o sr. Diniz, junto aos fornecedores, ser repassada para o consumidor. Ele ganha na compra e ganha do consumidor. Realmente um brasileiro exemplar - digno representante da "Lei do Gerson".
Onde o sr. Diniz pretende chegar com tantas e maiores aquisições, aos 72 anos de idade, com mais um filho pequeno, praticando esportes como jovem? Tornar-se famoso e imortal? Estar no Hall da Fama? De tornar-se um Deus?
Será essa a forma de encontrar Deus, tornando-se um deus na terra, sendo todo poderoso, reconhecido como um grande homem e procurando imortalizar-se? Ou será que existem formas corretas e apropriadas para encontrar o próprio deus interior, a divindade interior, sem fazer esforço para tornar-se famoso? Ou poderá ser como Buda fez para tornar-se divino? Como Sidharta Gautama, o príncipe, deixou o palácio do pai, a possibilidade de tornar-se um rei, deixando para trás todo o luxo e regalias para ir atrás daquilo que nunca morre, para encontrar aquilo que realmente vale a pena, porque percebeu que as demais glórias são efemeras e assim que conquistadas deixam de ser interessantes e começam a desvanecer. Ai ojeito é partir para outra numa escala crescente e infindável. Até quando os seres humanos, aqui muito bem representados pelo sr. Diniz, vão continuar nas escaladas frenéticas em busca da glória, da fama, de serem altamente reconhecidos, fazendo qualquer esforço para isso acontecer?. Buda parou, deixou a glóriia e a fama para trás e, após 6 anos de ter abandonado tudo, encontrou a própria luz, a sua divindade interior, transformou-se em um ser divino, encarnado em seu próprio corpo, sem a fama mundana do sucesso a qualquer preço, ao preço da destruição de concorrentes e pequenos comerciantes, mas ao preço de ter largado o palácio e o sucesso das aparições em jornais e revistas.
O sr. Abílio Diniz é somente um dos representantes dos seres humanos que buscam o sucesso a qualquer preço, mesmo que a custa do fracasso dos demais seres humanos, que eles consideram os seus concorrentes, seus adversários. Qual será mesmo o prazer de derrotar um outro ser humano, ao invés de elevar um outro ser humano. Qual será a sensação que sentiremos ao ver um outro ser humano estar muito bem, não somente os nossos filhos, ou familiares, porque são "nossos"?
A sociedade humana valoriza muito a esperteza, inclusive confundindo-a com inteligência. A pessoa esperta vence as competições, está sempre melhor colocada que outra pessoa que foi "derrotada" por ela Traz um grande desequilíbrio à vida das demais pessoas, que ficam em um nível inferior. A pessoa inteligente, uma qualidade espiritual, não compete com as outras, ela coopera com as outras, porque sabe que através da cooperação vai conseguir resultados muito mais amplos, porque vê longe os resultados de seus empreendimentos. Sabe que mais pessoas cooperando, mais pessoas estarão usufruindo dos resultados e sente-se mais feliz, porque os resultados são distribuidos por uma massa maior. Ela não precisará ficar se protegendo dos ataques dos demais, porque participa com os demais, buscando um mundo melhor para todos. Suas ações não são visando o seu bolso e o seu bem estar unicamente, mas o da sociedade ccomo um todo. Será que os valores não estão a necessitar de uma mudança radical de visão, de foco?
E hoje muito se fala em Sustentabilidade. Como vamos ter um planeta sustentável se a base das nossas vidas é a competição, a qualquer preço? Uma nova classe, ou um novo pais, no caso Brasil, ou China, ou Índia passarão a comandar a economia, isto é passarão a vencer as concorrências, e seus povos estarão a partir dai em melhores condições que os demais. Mais pessoas terão acesso aos meios de consumo (as classes C e D estarão mudando de patamar, para cima na escala social e econômica), a custa do meio ambiente. E todos falam em novas formas de aproveitamento do meio ambiente, de fontes renováveis. E todos que estão falando nisso também estáo competindo com os atuais poluidores, cobrando destes medidas. É sempre a mesma histária, travestida de novas roupagens. Será que a sociedade humana não vai entender nunca que a cooperação, que a quebra das fronteiras entre países, que a união de esforços, que a quebra dos partidos, ou o respeito e a inclusão das diversas visões é que levará o planeta a sua integralidade?

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Estado atual da humanidade

Acho muito estranho as pessoas de maneira geral, e os estudiosos, os cientistas, os preservacionistas, os sustentabilistas, e todos os demais "istas" ficarem procurando fórmulas de salvar o planeta Terra da possível, e muito provavelmente, catástrofe para a qual estamos caminhando. Certamente não será o fim do mundo, o final do planeta terra, que explodirá e sumirá do mapa cósmico, mas certamente o planeta irá buscar o seu equilíbrio, o que já está ocorrendo a olhos vistos. A casa já está em chamas e a sociedade humana continua discutindo as formas "políticas" de enfrentar a situação. Não é um alerta geral, pedindo aos seres humanos que imediatamente caiam fora da casa, sem discussões sobre a forma mais adequada para sair, sobre de quem deve ser a responsabilidade de conduzir a retirada imediata. Trata-se de cada um dos moradores, imediatamente procurar uma porta, ou janela, ou uma retirada de telha, e pular fora. Deve ser alertada toda a população mundial sobre as imediatas providências individuais de proteção. Cabe alertar a todos sobre os desejos de possuirem mais, das indústrias, dos governos dos países que ainda ficam lutando pela supremacia, uns dos outros, da competição desenfreada para ter o seu pais em melhores condições, a custa da exploração dos meios naturais. Quando será que a comunidade dos homens irá despertar do estado de sonolência, da competição, da ambição por mais e pensar rapidamente em salvar a casa, que é planetária e não conhece fronteiras, que não sabe onde estão as divisas entre um pais e outro, que não conhece as fronteiras entre uma família e a outra. E as revistas brasileiras querem vangloriar-se do Brasil agora chegar ao seu momento glorioso de domínio da economia mundia. Só vai mudar o pais que vai explorar a natureza, mas a exploração continuará. Para onde essa euforia estará conduzindo o planeta?